Viúva pode ser expulsa de casa pelos herdeiros? Entenda o Direito Real de Habitação
- Juliana Lima
- 14 de out.
- 3 min de leitura
Perdeu o marido e teme ser tirada da casa? Descubra se a Viúva pode ser expulsa de casa pelos herdeiros, o que é o Direito Real de Habitação e como a lei protege a viúva ou companheira contra a pressão dos herdeiros durante o inventário.

Perder o marido é, sem dúvida, uma das dores mais profundas que alguém pode enfrentar. O tempo parece parar, e o que antes era rotina como o café da manhã a dois, o silêncio compartilhado, o lar cheio de lembranças, passa a ter outro peso.
Mas, para muitas viúvas (cônjuges ou companheiras sobreviventes), o luto ainda vem acompanhado de um medo maior: o de ser expulsa da própria casa pelos herdeiros do falecido, especialmente no momento delicado do inventário e da divisão de bens. Mas será que a Viúva pode ser expulsa de casa pelos herdeiros?
Infelizmente, essa é uma situação mais comum do que se imagina. Logo após o falecimento, começam as conversas sobre partilha, e a casa onde o casal viveu por anos passa a ser tratada como um “bem a ser dividido”. É nesse momento que surgem as frases de pressão:
"Essa casa era só dele."
"Agora é dos herdeiros e ela não tem mais direito."
"A viúva precisa sair para fazermos a venda."
Mas será que é assim mesmo? A lei brasileira prevê uma proteção especial para o cônjuge sobrevivente.
O que é o Direito Real de Habitação e como ele protege a viúva?
A boa notícia é que o ordenamento jurídico brasileiro protege o lar e a dignidade do cônjuge que sobrevive.
Trata-se do Direito Real de Habitação: um instrumento jurídico, previsto no Artigo 1.831 do Código Civil, que garante ao cônjuge ou companheiro o direito de continuar morando no imóvel que servia de residência do casal, mesmo que o bem não seja de sua propriedade.
Em outras palavras:
Mesmo que o imóvel estivesse registrado apenas no nome do marido (falecido), a viúva tem o direito legal de permanecer nele.
Esse direito é vitalício (dura por toda a vida do sobrevivente) e gratuito (o sobrevivente não precisa pagar aluguel ou taxa de ocupação aos herdeiros).
Esse direito existe para evitar que, além de enfrentar a dor da perda, a pessoa seja privada do lar onde construiu sua história e memórias. É uma forma de reconhecer que o lar é mais do que um bem material, é um espaço de segurança e dignidade familiar.
O Perigo de Não Fazer Nada: Por que o Direito Não é Automático no Inventário?
O principal problema é que o desconhecimento jurídico permite que a viúva seja pressionada.
Embora o direito de habitação nasça com a morte do cônjuge, ele precisa ser requerido e formalmente reconhecido no inventário. É justamente aí que muitas mulheres, fragilizadas pelo luto, acabam sendo induzidas a aceitar situações injustas.
Muitas acreditam que não têm escolha ou são pressionadas pelos próprios herdeiros, que afirmam que "a casa agora é deles" e que ela "precisa sair".
A verdade é: A viúva (ou companheira) tem o direito legal de permanecer no imóvel. Ela só perde esse direito se houver uma situação específica prevista na lei ou na jurisprudência que impeça sua aplicação. Não permita que a pressão a faça abrir mão de um direito fundamental.
Proteja seu Lar e sua História: O que fazer agora?
Se você está passando por algo parecido, se teme que os herdeiros do seu marido tentem tirá-la da casa onde vocês viveram juntos, ou se já está enfrentando essa pressão, é importante agir com conhecimento e segurança.
O primeiro passo você já deu: Ao ler este artigo, você adquiriu as informações necessárias para entender seus direitos e evitar injustiças. Agora, é hora de dar andamento aos procedimentos e garantir que esse direito seja formalizado corretamente.
Fazer isso agora pode evitar a perda do seu lar e a consequente fragilização emocional e financeira no futuro. O escritório Lima Advocacia e Consultoria Jurídica lida com situações como essa com frequência e pode te ajudar a entender, com clareza e segurança, se o Direito Real de Habitação se aplica ao seu caso e o que fazer para resguardá-lo dentro do processo de inventário.
Entender o seu direito é o primeiro passo para preservar o seu lar e a história que você construiu dentro dele.
Lembre-se: Durante o inventário, tudo acontece em meio a emoções e decisões difíceis. Por isso, não deixe para exigir seus direitos depois que os outros já decidiram por você. Saber o que a lei te garante é a melhor forma de se proteger.
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